Por: Mari Barbosa

O apagão na Europa que atingiu Espanha e Portugal nesta segunda-feira (28) se tornou um dos maiores colapsos energéticos da história recente do continente. Cerca de 3 milhões de pessoas foram impactadas direta ou indiretamente pela interrupção maciça no fornecimento elétrico, gerando caos urbano, cancelamento de voos, paralisação de serviços públicos e alerta em sistemas essenciais.

O incidente não apenas expõe a vulnerabilidade do sistema elétrico europeu, como também reacende debates sobre segurança energética, infraestrutura de interconexão e os riscos de falhas em cascata em redes altamente integradas, como as da Península Ibérica.

O que causou o apagão na Europa?

A origem do apagão na Europa ainda é investigada pelas autoridades espanholas, portuguesas e francesas. A REE, operadora de energia da Espanha, informou que o problema teria se iniciado em uma conexão internacional com a França, gerando uma sobrecarga e posterior colapso em cadeia.

João Conceição, da REN Portugal, afirmou que a instabilidade teria partido do sistema espanhol e “viajado” para o português em questão de segundos, reforçando a hipótese de um problema de interdependência crítica.

Possível origem na conexão com a França

A REE atribuiu a falha inicial a uma desconexão com a rede francesa. Em cinco segundos, a Espanha perdeu 15 gigawatts de geração elétrica, cerca de 60% de sua demanda. Esse desequilíbrio foi suficiente para desestabilizar toda a malha de distribuição, afetando inclusive subestações automatizadas.

A RTE, operadora da França, chegou a fornecer suporte de energia para o norte da Espanha, tentando reduzir o impacto do colapso. A cooperação transfronteiriça, porém, não impediu o apagão massivo.

A hipótese de sabotagem e os desmentidos oficiais

Rumores sobre uma possível sabotagem energética circularam nas redes sociais e chegaram ao parlamento espanhol. O governo de Portugal foi rápido em negar qualquer indício de ataque cibernético.

O premiê espanhol Pedro Sánchez conversou com representantes da Otan e descartou a hipótese de terrorismo digital. Ainda assim, reforçou a necessidade de auditorias mais rígidas na infraestrutura crítica.

Como o apagão impactou o cotidiano de milhões

A falha elétrica em larga escala transformou a rotina de milhões de pessoas na Península Ibérica. Milhares de lojas, hospitais, escolas e serviços públicos foram forçados a interromper suas atividades.

Trens e metrôs pararam, semáforos apagaram em diversas cidades e operações aéreas precisaram ser suspensas temporariamente. Em Madrid, passageiros aguardavam no escuro por atualizações, enquanto em Lisboa cirurgias eletivas foram canceladas.

Voos cancelados, hospitais e transportes afetados

A crise provocou o cancelamento de dezenas de voos nos principais aeroportos ibéricos, como Barajas e Humberto Delgado. Hospitais operaram com geradores, mas enfrentaram falhas em sistemas eletrônicos de prontuário e exames.

A mobilidade urbana foi uma das mais afetadas. Em Barcelona, o metrô ficou inoperante por quase duas horas, impactando o deslocamento de trabalhadores e turistas.

Reação da população e vídeos nas redes sociais

A população reagiu com uma mistura de surpresa e resiliência. Moradores compartilharam registros do retorno da luz, com aplausos e gritos em bairros inteiros.

Vídeos se tornaram virais nas redes sociais, mostrando desde ruas apagadas até celebrações espontâneas em Portugal e na Espanha quando a energia foi restabelecida.

Resposta dos governos e operadoras de energia

Os governos de Espanha e Portugal responderam com medidas de emergência. O Ministério do Interior espanhol mobilizou 30 mil policiais para manter a ordem pública, enquanto as operadoras REE e REN trabalhavam para restaurar a normalidade.

O episódio levantou discussões no Parlamento Europeu sobre a necessidade de uma estratégia continental de segurança elétrica, com menos dependência entre redes nacionais.

Medidas emergenciais e mobilização policial

A declaração de emergência nacional permitiu a mobilização de tropas e reforço logístico em áreas mais afetadas. Veículos de suporte foram distribuídos para centros de saúde e usinas.

O governo também convocou reuniões com representantes do setor para avaliar a estabilidade do sistema e definir planos de contingência para futuras crises.

Restauração da rede elétrica e próximos passos

Na manhã de terça-feira (29), a REE informou que mais de 99% da demanda havia sido restaurada. A REN confirmou que todas as subestações em Portugal estavam estabilizadas antes da meia-noite.

Os próximos passos incluem uma investigação conjunta com a União Europeia e auditorias nas interligações. A expectativa é que um novo protocolo de segurança seja adotado ainda neste semestre.

Dúvidas frequentes sobre o apagão na Europa

• Quantas pessoas foram afetadas pelo apagão na Europa?
  Cerca de 3 milhões de pessoas foram impactadas direta ou indiretamente na Espanha, Portugal e França.
• O que causou o apagão?
  Uma falha na conexão entre as redes elétricas da França e da Espanha causou desequilíbrio e colapso sistêmico em cascata.

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